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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Protestar ou não?

  
Foto: Dado Galvão
  A cubana Yoani Sánchez é uma pessoa que, pode-se dizer, respeitada por muitas pessoas em diversos países. Ela tem o poder da palavra e assim se expressa através de um blog que, com a ajuda de amigos, faz suas postagens. Isso acontece, porque, em Cuba, Yoani foi proibida de expressar sua opinião.
  No início de 2013, a cubana recebeu uma liberação para sair do país e viajar por diversos países por cerca de 90 dias. O primeiro país escolhido foi o Brasil, tendo relação com a ajuda que o Brasil dá a Cuba ou não. Permaneceu aqui do dia 18 de fevereiro à 25 de fevereiro. Durante esse tempo ela foi alvo de aplausos, críticas, elogios e até puxões de cabelo. Houve muitos protestos em aeroportos e em eventos que Sánchez participou, em um desses tentaram até mesmo calar a sua voz. 
  Um erro. Um grande erro. Por que no país da liberdade de expressão quiseram calar a voz de uma figura tão importante para o cenário político mundial? A própria Yoani elogiou a liberdade de expressão presente no país, só que quando isso parte para a violência, é preciso ser analisado. 
  Logo em sua chegada ao Brasil, no dia 18 de fevereiro de 2013, ao desembarcar no aeroporto de Recife foi recebida por amigos e também por vários protestantes. Estes carregavam faixas dizendo que Yoani traiu o movimento e recebeu dinheiro do Estados Unidos para se voltar contra Cuba. A acusaram também de ser uma agente secreta e disfarçada da CIA.
  No dia 21 de fevereiro de 2013, Yoani Sánchez participou de um encontro com cerca de 30 blogueiros na Livraria Cultura, em São Paulo. Quando o encontro foi aberto ao público, para que o mesmo pudesse participar da entrevista com a blogueira, ela foi alvo de diversos protestos. Os protestantes carregavam consigo cartazes e pediam a revolução, glorificando Fidel Castro e o regime cubano.
  Esse protestos foram capazes de ofuscar a vinda de Yoani Sánchez ao Brasil. Foi possível notar que os noticiários focaram muito (muito mesmo) nos protestos, muito mais do que na própria cubana. Acredito que a mesma tenha vindo aqui para expor a suas ideias e ideais, mostrar ao Brasil um novo mundo, mostrar como é viver em um país sem liberdade, tão diferente daqui. Repito em dizer que foi um erro, um erro enorme. Por que não acolher um conhecimento de fora? Cultura, sabedoria, opiniões! Porque além das vozes, cartazes e puxões de cabelo como forma de protesto, é necessário ouvir, coisa que metade das pessoas que foram ver Sánchez não souberam fazer. É necessário ouvir, questionar e, acima de tudo, absorver conhecimento. 





Gabriela Oliveira


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